sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Meu amigo Hari

Pode ter gente que vai achar que enlouqueci de vez, mas tive uma experiência sensacional na semana passada!

Eu tenho recebido algumas ministrações de reiki semanalmente, pra equilibrar minhas energias. 

Confesso que eu não levava muita fé, não sentia muitas mudanças depois das sessões. Mas eu continuava indo, na esperança de em algum momento ter uma epifania durante alguma sessão. Eu queria alguma mudança no meu estado emocional, que andava meio abalado. Acabava que afetava mais meu físico do que meu mental. Curei uma dor de garganta e uma de estômago durante as sessões.

Até que na quarta passada, assim que eu deitei na maca, ouvi uma voz dentro da minha cabeça:

- Oi.

Imaginem,por favor, nesse momento, minha cara espiritual de kipohaehessa.

Continuei ouvindo aquela voz masculina que conversava comigo como se me conhecesse de longa data e pensei "será que to me auto-sugestionando? Será que pirei de vez e agora escuto vozes?Ah, seja lá o que for, a sensação é ótima, vou ouvir!"

Eu já ouvi vozes antes, consigo distinguir quando sou eu pensando e quando é algum amiguinho me sugestionando, vamos colocar assim.

Pra quem não sabe, eu sou espírita, já estudei angeologia e magia branca, então, tenho esse ladinho holístico que eu não explano muito, até porque isso destoa demais do meu lado racional e científico (embora não conheça uma doutrina religiosa mais científica do que o espiritismo). Sou basicamente uma nova versão do Isaac Newton, hehe. (Menos, menina, menos.)

Então, quando ouvi essa pessoa me dizendo que eu a procurava pouco, estava orando de menos, que esquecia que tinha muitos amigos que queriam meu bem, senti uma paz tão grande, a paz que eu vinha procurando esses meses todos! (Só de contar isso pra vocês e lembrar da sensação, meu coração se enche de alegria!)

Nessa época em que estive chateada por ter feito merda no trabalho me senti totalmente abandonada. Achava que ninguém me compreendia, chorava toda noite até dormir, isso quando dormia. Orava nos momentos de desespero, mas não achava solução pra minha agonia, pra minha culpa e decepção. Além de tudo, estava quase convencida de que passava por algum tipo de obsessão espiritual, pois não conseguia me livrar daquela situação racionalmente. Minha terapeuta pedia tempo pra mim mesma, mas eu não podia dispor desse luxo.

Meu "novo" amigo me mostrou, enquanto de olhos fechados eu visualizava o que ele me dizia, que o rapaz com quem sempre sonho era ele e em uma frase, decifrei quem era:

- Você só dá atenção pra eles (apontando pra alguns irmãos de pouca luz que por ali estavam), não fala mais comigo. Tô ficando com ciúmes, viu?

Esse jeitinho brincalhão eu conheço. Sempre que estava mal, desde criança, rezava pra Hariel, meu anjo da guarda, e como um bom querubim, ele sempre dizia algo que me fazia sorrir. Depois de mocinha, entendia que aquele pensamento "abobado", que me fazia sorrir entre lágrimas, não era meu.

Conversamos (mentalmente, eu de olhinho fechado recebendo o reiki) durante uma hora num tomaládácá frenético, cheio de reprimendas e recomendações. Ainda assim, meu coração saltitava, minha alegria era tanta! Era como encontrar um velho amigo que não via há muito tempo! No fim de sessão, eu era outra pessoa! Era um misto de paz e alegria que contaminava cada uma das minhas mitocôndrias. Era meu novo oxigênio.

Ele me pediu que orasse mais, que aproveitasse as oportunidades que a vida apresenta pra mim, me ajudou a acalmar minhas preocupações e disse que acima de tudo, andasse em vez de correr.

- Respira fundo e anda. Não corre. Nem tudo precisa acontecer enquanto você corre. Paciência com você mesma.

Não sei ser feliz sem querer abraçar o mundo, dar a volta nele em um dia com um pulo só, voar por vários mundos alçada por alguns balões em poucos dias. No fim do dia chego a estar sem fôlego, exaurida de mim mesma. Mas saber que tem alguém olhando por mim enquanto eu faço tudo isso me dá um aconchego no coração, um alívio no peito.

2 comentários:

  1. Holá!

    Cheguei a chorar lendo teu relato...
    Vida com TDHA não é fácil mesmo, mas consola ler relatos como esse. Conforta saber que não somos os únicos no mundo fazendo coisas tão iguais e sofrendo pelos mesmos motivos.
    Obrigada e sorte!
    Pois o jeito é orar e seguir girando o bambolê!
    Abraços.

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  2. Débora, é mesmo muito acalentador saber que tem outras pessoas passando pelas mesmas situações que nós, com dignidade, resignação e especialmente RESILIÊNCIA!
    Espero que você seja uma dessas pessoas e se não é ainda, estou aqui pra aprendermos juntas! ;)
    Afinal, eu ainda tô no início dessa jornada de auto-conhecimento...
    Beijos e bom fim de semana!

    ResponderExcluir

Avoadinhos queridos, não sou psicóloga nem psiquiatra. Sou só mais uma TDAH latinoamericana, que já leu muito a respeito e está aprendendo mais sobre si mesma. Coloquem suas dúvidas e eu responderei dentro do que sei e indicarei quem sabe responder melhor, OK?!

Palavras amigas e até mesmo críticas são bem recebidas pela casa ;)

Obrigada!

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